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Germanos



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Germanos
Os Germanos


A Antiga Germânia



A antiga Germânia pagã

Terra incógnita para os Romanos, os que não a conheciam faziam muitas fantasias a respeito dela ser uma região que abrigava animais gigantescos e homens bravíssimos, ferocíssimos, de grande porte e estatura. Os germanos, enfim, provocavam medo. Quase toda ela, àquela época, era ocupada por florestas, a maior delas era a selva de Hercínia (que hoje está reduzida ao que restou da Floresta Negra). As tribos que a habitavam ocupavam as clareiras, dando à caça, bem mais do que à agricultura, uma significativa relevância. Ao oeste da Germânia estava o Rio Reno, no sul e no sudeste dela estendiam-se a cadeia dos Alpes e o Rio Danúbio. Bem ao leste, situavam-se as estepes polonesas, enquanto que o litoral norte da Germânia era banhado pelo Mar do Norte e pelo Mar Báltico.

Supõe-se que a pressão que os germanos começaram a exercer sobre as partes ocidentais do Império Romano, deveu-se basicamente ao constante aumento demográfico da população bárbara, e às pressões que eles sofriam bem mais ao leste, em razão de outras tribos bárbaras vindas das estepes russas, que terminavam por empurrá-los para cima dos limes, das fronteiras dos romanos e celtas.


Impressões sobre os germanos


Perfil de um germano
Pelo que se sabe, quem por primeiro registrou observações sobre eles, ainda que muito escassas, foi Júlio César (Commentarii de bello gallico, livro VI, 50 a.C.), comparando muito dos costumes deles aos dos gauleses. César louvou-lhes a castidade e o ardor guerreiro. Notou que eles não tinham grande empenho na lavoura, nem demonstravam interesse em acumular ouro ou qualquer tipo de luxo. Eram inóspitos. Não faziam questão de vizinhança, inclinando-se mais para a solidão tribal, e para viverem isolados em cabanas. Como caça favorita tinham o alce e a rena. Ao contrário dos celtas, seus próximos, os germanos não tinham druidas e nada que fosse equivalente a uma casta sacerdotal. Os seus chefes eram escolhidos pelo vigor de combatente e por sua capacidade de liderança no campo de batalha. Era um povo de guerreiros, que tinham feito das lutas um modo de vida. A espada era a charrua do germano!

O fascínio que estas virtudes despertaram em certos intelectuais romanos fica evidente nesta passagem de Sêneca: "Existe", perguntou ele "povo mais fogoso do que os germanos, mais ardente no ataque, mais apaixonado pelos combates, no meio dos quais eles vivem e crescem, dos quais fazem sua única ocupação, indiferentes a todas as outras...Um pouco de disciplina bastaria a estes homens, que ignoram os requintes, o luxo, o dinheiro. Tornar-se-iam grandes conquistadores como foram os Romanos antigos."(Sêneca, De Ira, I).

A Germânia de Tácito

Apesar de Plínio, o Antigo (23-79), os ter mencionado, somente com Cornélio Tácito (55-120), em sua obra " Cornelli Taciti De Situ ac Poluis Germanize", ou simplesmente "Germania", escrita no ano de 98, é que houve um levantamento bem mais detalhado dos costumes e da vida geral dos germanos. Observou o historiador romano que eles dividiam-se, como os celtas, em inúmeras tribos (alamanos, suevos, teutos, godos, vândalos, marcomanos, cherusci, etc..), espalhadas pelas matas e pelas clareiras do país, formando a Germania Libera ou Magna.

Tácito observou que não a via como uma área geográfica, mas como um espécie de convés de um navio, carregado de tribos bárbaras que ora desembarcavam atacando um ou outro porto, numa ou noutra direção. A falta de uma maior informação sobre elas, levou a que empregassem várias denominações diferentes para designá-la. Uns chamavam-na de Germania (de Wehr-mann: Ger-Mann = guerreiro), outros de Alemanha (de Alamanos, ou alle -Männen), ou ainda de Teutônia (de teutos, derivado do deustch). Enfatizou Tácito que os germanos não tinham o hábito de miscigenar-se com outros povos, nem construíam cidades. Vivendo isolados numa floresta, num clima geralmente frio, de céu quase sempre nublado, que os deixava de péssimo humor, ninguém abandonaria a Ásia, a África, ou a Itália, disse Tácito, para ir viver em meio a eles. Pois, segundo suas próprias palavras "informem terris, asperam caelo, tristem cultu aspectuque".

A importância das mulheres

Eram, pois, étnicamente monótonos. Altos, de cabelos e barbas avermelhadas ou loiras, e de olhos ferozes, sempre azuis (truces et caerulei oculi), formavam uma uniformidade racial desconhecida entre outros povos europeus. Apesar de serem guerreiros temíveis, as mulheres, curiosamente, tinham grande ascendência nos destinos da comunidade. Por isso, talvez, pudéssemos considerar a enorme importância que as feiticeiras (Hexe) tinham entre eles. Elas seriam um tipo de versão feminina dos druidas, lidando, como os sacerdotes celtas, com poções mágicas e outros mistérios do ocultismo. A lenda registra que elas reuniam-se no Blocksberg (1.1.40 m.) na cadeia do Harz, nas margens do impetuoso Rio Weser, para realizarem anualmente o encontro delas com os demônios na chamada Walpurgisnacht (Noites Walpurgias). Os germanos eram os únicos povos bárbaros que praticavam a monogamia (com exceção de alguns nobres e chefes famosos).

Deuses, armas, modos e costumes


Um dólmen germano
Wotan ou Odin era seu deus magnífico, a quem por vezes, ofereciam sacrifícios humanos. Já Thor e Thyr, deuses menores, eram apaziguados com animais. Citavam ainda Veleda e Albruna como divindades femininas. Não tinham imagens ou cultivavam ídolos. Nem um dos seus cerimoniais religiosos era digno de nota. Em geral, a liturgia deles era feita em meio às clareiras dos bosques, sem que para tanto fosse preciso erguer-se templos ou mesmo capelas.

Suas armas de combate eram a lança, o escudo e a espada, nem sempre de ferro que não era muito conhecido entre eles. Os cavalos deles não se destacavam nem pelo porte, nem pela rapidez. Mas sabiam lutar muito bem em linha, pois haviam adotado muitos modos militares dos romanos. A infantaria germana era especialmente temerária. Como César, século e meio antes, Tácito também observou o comportamento casto deles, elogiando-lhes a pureza e a transparência das suas intenções. "A malícia e o artifício", disse ele, "eram-lhes desconhecidas".

O gosto pela guerra e a rudeza em que cresciam (desconheciam o conforto e os perfumes, vestindo tecidos de lã grosseira ou protegidos por peles de animais), fazia deles inimigos formidáveis de Roma. E, claro, eram usados como exemplo por vários pensadores romanos, comparando-os, positivamente, à decadência e à libertinagem de costumes em que viviam os súditos de Roma, desmoralizando-os.

Principais Tribos Germanas

Denominação latina Denominação germana
Alamanos
Burgundios
Cherusci
Cimbros
Francos
Germanos
Godos
Longobardos
Marcomanos
Saxões
Suevos
Teutões
Turíngeos
Vândalos Alemannen (Alle-Männer)